A prospecção de novos clientes é super importante para que as empresas sobrevivam. Nesse sentido, venha entender melhor a respeito e também saber de dicas que serão úteis para você prospectar sem assumir riscos jurídicos.
Todas as empresas querem prospectar novos clientes. Não há dúvidas que, para aumentar o rendimento da empresa e até mesmo ampliar a marca, é preciso ter novos clientes potenciais.
E muitos sabem que não é uma tarefa fácil de se cumprir, pois prospectar os clientes demanda uma exaustiva pesquisa de mercado, melhoria de produtos ou serviços, planejamento e até mesmo o treinamento dos funcionários que atuarão na prospecção.
Geralmente, o primeiro passo que as empresas dão quando introduzem esse meio no setor comercial da empresa, pede-se que os funcionários realizem telefonemas disparadamente e ofereçam o produto.
Entretanto uma captação de clientes traz consigo riscos jurídicos importantes.
Risco do cliente contratado para a Prospecção de Novos Clientes
O primeiro passo de uma prospecção é a definição do seu público-alvo ou persona. É o cliente que você quer ter e que, portanto, conseguirá atendê-lo com maestria!
No entanto, essa regra básica muitas vezes não é observada e isso gera um risco jurídico enorme: a da criação de uma carteira de clientes insatisfeitos.
Por melhor que o seu serviço ou produto seja, dificilmente você terá uma carteira de clientes satisfeita com a sua empresa se ela estiver fora do seu perfil de clientes.
Você pode se esforçar o máximo possível e, a não ser que no curso do empreendimento sua empresa se adeque aos clientes conquistados – ou que pressupõe mudar a sua própria vocação – é bem provável que essa discrepância entre “perfil da carteira” e “perfil de cliente desejado” será uma fonte enorme de problemas. E eles, mais cedo ou mais tarde, irão cair no jurídico.
Vamos dar um exemplo: você vai viajar de férias e quer almoçar em um restaurante. Entre comodidade e preço, o que você escolhe?
Se naquele dia você escolheu preço, possivelmente estará propenso a aceitar esperar alguns minutos em uma fila, aguardará um garçom demorar a atendê-lo pois o restaurante estará cheio, topará não ter um menu tão variado e nem tão requintado etc, pois o que você busca é o preço baixo. Mesmo assim, provavelmente sairá satisfeito pois essa era a sua expectativa ao entrar no restaurante.
No entanto, se você escolheu comodidade, a sua expectativa será no sentido de um ambiente agradável e climatizado, atendimento ágil, música ambiente etc. E você sairá de lá feliz, mesmo pagando um pouco mais caro.
Agora, pense sob a ótica do dono desse mesmo restaurante: se o propósito do negócio dele for “vender comida a preço baixo”, se ele prospectar clientes que pretendiam comidade, é bem possível que ele enfrente uma série de reclamações.
O contrário também é válido: se o propósito do restaurante fosse “atendimento com requinte”, receber clientes que escolheriam o preço vai gerar muita dor de cabeça e reclamação na hora do pagamento da conta.
Normalmente em um restaurante os públicos já se diferenciam pela própria imagem que formamos da fachada do estabelecimento: ao visualizar a imagem da entrada já temos uma noção de qual o tipo de negócio é e evitamos aqueles que não estão em nosso desejo imediato.
Agora, se sua empresa não tem uma fachada e vive de prospectar os clientes, ter um processo de prospecção de novos clientes voltado para identificar o perfil dos que serão prospectados é essencial, evitando que você forme clientes que contratarão sua empresa com uma expectativa e sairão reclamando, pela porta dos fundos.
E é nessa saída que existem riscos jurídicos relevantes: e se eles existem, vale ter o apoio de um advogado desde logo para evitá-los. Vamos aos problemas propriamente ditos?
O risco de danos à imagem
O primeiro risco jurídico ligado à prospecção de novos clientes está no potencial de danos à imagem da empresa. Uma simples busca no Google pode constatar como a reputação de uma empresa é diariamente auditada pelos consumidores finais.
Neste ponto, o dano pode ser evitado se o trabalho preventivo for adequadamente tratado mas, sobretudo, deve-se ter em mente um plano de gerenciamento de crises: se o dano ocorrer, como minimizá-lo sem gerar grandes impactos?
Imagine só uma reclamação de um cliente insatisfeito: o liame entre a postagem pública da insatisfação e uma ação judicial é muito tênue. Saber tratar esse cliente insatisfeito pode fazer toda a diferença entre perder um cliente, sofrer uma ação judicial ou até mesmo retomá-lo.
Portanto, ao pensar em prospecção de novos clientes, já pensou em como agir se alguém fora do perfil contratar com você e se isso gerar um problema para a sua empresa? É, sim, perfeitamente possível evitar danos à imagem da empresa e passa pelo jurídico a análise de riscos para que essa insatisfação não se torne uma ação judicial.
O risco de publicidade
Além disso, as prospecções de novos clientes devem respeitar limites. Você sabia que enviar um simples e-mail podeser considerado de cunho ofensivo?
Muitas vezes o contato que as empresas utilizam para chamar a atenção do futuro cliente é abusivo, no qual há previsões legais que enquadram essas empresas em determinadas normas.
O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) disponibiliza uma série de previsões que as empresas que integram os principais meios de comunicação devem seguir. Já pensou em fazer um investimento pesado em publicidade para melhorar a prospecção de novos clientes e, simplesmente, não poder veiculá-lo por um impedimento legal?
A dica aqui é: sempre que possível, pesquise as normas antes mesmo de realizar procedimentos que não sejam de sua especialidade.
O Risco de Ações Judiciais para Prospecção de Novos clientes
Por fim, há casos em que, mesmo medindo todos os esforços para que a prospecção de novos clientes seja a mais eficaz possível, o cliente insatisfeito acabada entrando na justiça.
Neste momento o empresário atento se satisfaz por ter reunido os documentos necessários à sua defesa desde o 1o. contato com o cliente – e o que não os possui lamenta por não tê-los.
O fato é que, para a defesa de uma ação judicial, o advogado precisará de provas. Se elas não forem produzidas desde o início da prospecção de novos clientes, certamente a empresa terá uma defesa precária ou, no mínimo, dificultada.
Como documentos são registros de fatos passados ou de intenção futura, muitas vezes não é possível produzi-los posteriormente. Alguns exemplos do que estamos falando podem ser as políticas de privacidade da empresa, os termos de confidencialidade, as políticas de trocas de devoluções entre outros.
Esse conteúdo, de caráter tipicamente jurídico, está intrinsecamente ligado ao processo de prospecção de novos clientes e fará toda a diferença lá na frente, se houver necessidade de acionar o judiciário.
Portanto, é muito útil – senão essencial – a visão jurídica do seu fluxo comercial como um todo, devendo o jurídico atuar desde o momento da prospecção de novos clientes até o pós-vendas, e não apenas no momento da redação ou assinatura do contrato em si.
Esperamos você tenha esclarecido suas principais dúvidas a respeito deste assunto e por isso separamos outros textos que talvez possam lhe interessar:
-
- Advocacia preventiva: 21x menos onerosa do que o contencioso
- Advocacia de Partido x Departamento Jurídico: 1 diferença fundamental
- Consultoria jurídica empresarial: 5 razões para você contratar já
- Holding: entenda o que é e conheça os 5 principais tipos
- Qual a diferença entre Blindagem Patrimonial e Proteção Patrimonial?
- Planejamento Sucessório: O que é?