A auditoria financeira é tão importante assim? Toda empresa passa por altos e baixos, mas você sabia que é possível evitar riscos e crises internas por meio de um mapeamento estrutural dos setores financeiro e contábil? No presente artigo, apresentaremos a solução para diversos problemas jurídicos que sua empresa pode enfrentar por meio da auditoria financeira.
Quando surge a necessidade de implantar uma auditoria financeira?
Primeiramente, é importante que você, empresário, tenha bem claro o que é uma auditoria financeira para entender em qual momento a sua empresa precisará implantar o procedimento.
Muitas vezes as palavras “auditoria financeira” são vistas com temor pois contêm um componente de identificação de desfalques e apontamento de culpados.
Na realidade, o papel do auditor consiste na análise de documentos relacionados aos setores financeiro e contábil da companhia e proposição de melhorias.
São livros e registros contábeis, notas fiscais de compras e vendas, comprovantes de despesas, débitos e créditos bancários e demais documentos que contêm informações relevantes para o balanço patrimonial da empresa.
A partir da análise, a auditoria obtém conclusões de extrema relevância para a organização e saúde financeira da companhia e, especialmente, em relação ao processo de fechamento contábil.
Os resultados tendem a impactar os demais setores, uma vez que a eventual desorganização financeira pode corromper toda a atividade empresarial, seja com o pagamento de juros bancários, seja por sofrer com pesadas autuações fiscais ou enfrentar problemas como inadimplência.
Assim, o papel da auditoria financeira será, sobretudo, identificar a necessidade de alterações internas após as constatações geradas, podendo haver sugestão de que diversos setores passem por reestruturações.
Em suma: uma auditoria faz a revisão dos processos de uma empresa e identifica riscos potenciais antes que eles ocorram.
Qual o melhor momento de se implantar uma auditoria financeira?
Você deve se lembrar da última vez que andou de avião e, logo no começo da viagem, ouviu do comandante: “portas em automático, crosscheck confirmado“. Sabe o que isso significa? É um pedido do piloto para que a tripulação verifique o que a outra executou – e vice-versa. Nada mais é, portanto, que uma auditoria de procedimentos.
Trazendo este exemplo para a sua empresa, vamos pensar: a partir de qual momento é ideal eu ter a figura do “revisor” dos processos técnicos de minha empresa?
Considerando que o objetivo da auditoria financeira é a conferência dos fluxos de processos internos, registros e demonstrações contábeis, o ideal é que ele exista desde a criação da empresa. No entanto, se isso não ocorreu até agora, nada impede que, daqui para a frente, você conte com o apoio deste tipo de serviço.
Se você for como 99% dos empresários brasileiros, é bem provável você seja o auditor do processo produtivo central da sua empresa: é bem provável que você faça a revisão dos serviços prestados ou das mercadorias produzidas – ou tem um gerente ou encarregado que o faça por você.
Normalmente isso ocorre pois o empresário tem o domínio técnico da produção de bens ou serviços que compõem o objeto social da empresa. É justamente por este conhecimento que ela nasceu e cresceu. E é justamente essa expertise que garante a qualidade da sua entrega final, correto?
Agora, fica a questão: você se sente confortável e possui conhecimentos técnicos suficientes para rever os processos financeiros e os contábeis?
O “Caixa 2”, as dívidas fiscais, a ausência de um planejamento financeiro devido à falta de balancetes periódicos, entre outros, são problemas enfrentados por muitas empresas. Note que o “rombo patrimonial” pode ser muito significativo, dada a própria natureza das ocorrências – e muitas vezes eles não são identificados por falta de revisão dos procedimentos financeiros e contábeis.
A auditoria financeira deve anteceder a ocorrência dos problemas. Nesses casos, o procedimento seria instaurado de forma preventiva, evitando, ou ao menos minimizando, os riscos advindos da desorganização patrimonial.
Portanto, se sua empresa ainda está pensando em qual seria o melhor momento para contar com o apoio desse tipo de serviço, saiba: a hora é agora!
Vantagens da auditoria financeira
Atualmente, o procedimento de auditoria financeira assumiu o importante papel de organização patrimonial das empresas.
As conclusões das análises realizadas durante a auditoria apontam dados relevantes sobre a estrutura contábil e financeira da empresa, além de indicarem, com exatidão e maior abrangência, o seu balanço patrimonial.
Além disso, ela auxilia também as contabilidades, inclusive no que se refere à criação de indicadores, essenciais para a análise da saúde financeira e identificação da margem de lucro do negócio – afinal de contas, o objetivo da sua empresa é gerar lucro, certo?
É importante ressaltar, também, que a sua implantação permite a obtenção de dados exatos, úteis para a prevenção de fraudes, de irregularidades fiscais e das elevadas variações patrimoniais, geradoras de instabilidade.
O empresário conta ainda com a redução de risco de pagamentos indevidos, de autuações fiscais baseadas em omissão de receita e de desvio patrimonial.
A médio e longo prazo, o empresário e sua gerência tomarão decisões baseadas em informações financeiras sólidas acerca da real situação econômica e patrimonial da companhia, o que reflete uma maior possibilidade de êxito das medidas.
Caso a sua empresa conte com investimentos, o procedimento de auditoria financeira se torna ainda mais importante.
Em suma: uma empresa é guiada por processos e a auditoria financeira é a fiscalização de que eles estão funcionando adequadamente.
Alguns exemplos de Problemas contábeis evitados
Os problemas financeiros aos quais a empresa está sujeita basicamente se subdividem em fraude, que é um ato intencional, e erro – ato não intencional -, resultante de omissão, desatenção ou interpretação equivocada de fatos e/ou negócios na elaboração das demonstrações contábeis e registros decorrentes.
As principais fraudes internas verificadas são:
– Manipulação, falsificação ou alteração de registros e/ou documentos contábeis;
– Omissões nos registros e/ou documentos contábeis;
– Registros contábeis sem a respectiva nota fiscal ou outro documento comprobatório;
– Apropriação indébita.
Os principais erros internos verificados são:
– Erros aritméticos nos registros contábeis;
– Interpretação equivocada da legislação e dos fatos e/ou negócios na elaboração das demonstrações contábeis;
– Desatenção nos lançamentos dos registros;
– Ausência de periodicidade dos registros;
– Desorganização da distribuição de funções nos setores.
Os problemas citados geram impactos nos níveis de riscos jurídicos da empresa pois, se ocorrerem, precisarão ser solucionados por um advogado. Logo, nada mais natural que o trabalho de auditoria financeira seja feito conjuntamente por este profissional em conjunto com especialistas em finanças e contabilidade.
Os sistemas de fiscalização da Receita Federal (e também das Estaduais e Municipais) estão cada vez mais tecnológicos e eficazes. Assim, as operações são minuciosamente monitoradas para que, havendo qualquer indício de irregularidade, o Fisco imponha à empresa autuação fiscal para cobrança das parcelas dos tributos que não foram recolhidas, computando juros, correção monetária e multa – o que pode chegar até a 225% do valor do tributo!
A depender do procedimento tributário, o valor devido pela empresa pode ser muito elevado, o que também abala substancialmente o seu patrimônio, como ocorre nos riscos econômicos, citados acima.
Os problemas e riscos mencionados podem ser minimizados ou mesmo eliminados pela reorganização interna do sistema financeiro, desde que previamente identificados e tratados antes da ocorrência dos impactos.
Esperamos você tenha esclarecido suas principais dúvidas a respeito deste assunto e por isso separamos outros textos que talvez possam lhe interessar:
- Advocacia preventiva: 21x menos onerosa do que o contencioso
- Advocacia de Partido x Departamento Jurídico: 1 diferença fundamental
- Consultoria jurídica empresarial: 5 razões para você contratar já
- Holding: entenda o que é e conheça os 5 principais tipos
- Qual a diferença entre Blindagem Patrimonial e Proteção Patrimonial?
- Planejamento Sucessório: O que é?