Você sabe qual a importância da análise de crédito e risco jurídico? Saiba as vantagens que essa atividade proporciona a sua empresa.
Introdução
Nos momentos de crise, é muito comum que empresas enfrentem dificuldades decorrentes de inadimplência. Após vender uma mercadoria ou prestar um serviço o empresário simplesmente não recebe aquilo que lhe é devido e como cobrar e as formas de cobrança são dúvidas comuns dos empresários.
Nesse contexto, a chave do sucesso para a redução de inadimplência está no processo de análise de crédito, ou seja, decidir para quem irá ser feita a venda – e isso está em seu cotidiano mais do que você pode imaginar. Em uma simples operação financeira sua empresa passa por esse processo e, muitas vezes, não dá a devida atenção.
A análise de crédito e risco jurídico são situações intimamente ligadas pois uma impacta diretamente na outra – muitas vezes esses riscos são verificados pela falta de organização, pesquisa e uma propositura da conscientização de qual cliente você quer para sua empresa.
Existem quatro grandes grupos de riscos a serem identificados e analisados. São o risco de mercado, risco operacional, risco de crédito e risco legal. São eles:
- Risco de Mercado: tem como objeto evidenciar potenciais resultados negativos dos ativos financeiros, uma vez que as mudanças nos preços são variáveis dentro do parâmetros de mercado. Temos como exemplo para melhor entendimento o câmbio e o juros.
- Risco Operacional: são as possibilidades de ocorrência de perdas resultantes de controles ou sistemas inadequados e falhas humanas nos procedimentos internos.
- Risco de Crédito: são as possíveis perdas decorrentes de contratantes que não honram seus compromissos.
- Risco Legal: são as perdas possíveis de um contrato que não tem amparo legal. Por exemplo: documentação insuficiente, insolvência, falta de representatividade, entre outros.
Neste artigo vamos tratar dos dois últimos. Vamos, então, entender como as duas questões podem ser melhoradas em sua empresa?
O papel de Gestor na análise de crédito e risco
Primeiramente, precisamos saber qual é o papel da gestão de risco. Para isso, veja esse exemplo:
Juliana resolveu expandir seus negócios, mas, para que pudesse concretizar esse objetivo, precisaria aumentar seu número de clientes. Desse modo, contratou Miguel, que ficaria responsável por realizar diversos cadastros e atendimentos.
Passado certo tempo, Juliana conseguiu aumentar o número de clientes, mas não esperava tanto inadimplemento, o que afetou drasticamente as receitas da empresa.
Podemos concluir que era uma mera consequência do aumento do número de clientes da empresa ou mesmo fatores econômicos externos (a crise). Mas, na verdade, não. Aqui voltamos à primeira pergunta, ou seja, qual era o papel da gestão de risco?
Como podemos ver, Miguel tinha a responsabilidade de atrair e cadastrar clientes, mas não tinha nenhum critério a ser seguido e analisado. O papel fundamental é do gestor, que deveria propiciar a Miguel o conhecimento para aplicar técnicas e análises de risco em todo o momento de contratação.
Todavia, para evitar ou reduzir essas possíveis perdas administrativas, é preciso que as empresas estabeleçam metas, organização, perfil e o modelo da sua carteira de crédito, até para ser delimitado até onde os investidores da empresa estão dispostos a arriscar para ter ganhos.
Concluímos, então, que uma concessão de crédito bem-sucedida se baseia na integridade das informações colhidas sobre os clientes, sejam elas financeiras ou não, antes da realização da operação de venda ou prestação de serviços.
Nesse sentido, vale entender a importância das análises de crédito e de risco e como forma de evitar o inadimplemento.
Assim, analisar possíveis riscos e consolidar essas informações envolve análise de crédito, entrevistas, ficha cadastral, consulta de protestos, balanço patrimonial, etc.
Defina critérios
A análise de crédito deve se basear em critérios predefinidos e claros para que, ao final, haja segurança e garantia no contrato estabelecido entre ambas as partes.
Sem dúvida, a análise de crédito pode ser processada com mais agilidade e efetividade por meio de bancos de dados atualizados, que indiquem empresas ou pessoas físicas que estão aptas para a concessão de crédito ou não.
Uma vez realizada uma análise de crédito e de risco eficiente, será possível chegar a um potencial estratégico, tendo como consequência um resultado satisfatório para a empresa.
Por meio desse processo, serão identificados os riscos, sendo observadas criticamente as possibilidades de perda para o cliente e para o credor.
Mas, cuidado: deve-se ter bastante atenção à capacidade de pagamento, fundamental para a expectativa do pagamento futuro dos valores financiados e, se necessário, determinar o ajuste às necessidades de cada situação.
Por fim, é sempre importante avaliar o setor, conhecendo a atividade do cliente sempre.
Além disso, a empresa pode vir a ser tomadora de outros credores, mas sua capacidade poderia estar comprometida por terceiros.
Análise de crédito e risco jurídico: a questão documental
Uma vez definido o cliente potencial e decidido por lhe conceder o crédito ou realizar a venda à prazo, é imprescindível que o processo possua a documental legal que possam viabilizar uma futura cobrança.
É importante observar que mesmo compradores com bom perfil constituem risco de inadimplência (embora, evidentemente, menor).
Desta forma, é essencial que a operação realizada esteja embasada em documentos legais pois eles podem ser essenciais na hora de se promover uma cobrança ou mesmo no caso de um processo de recuperação judicial do cliente.
Ademais, os contratos podem ter impactos tributários relevantes e cujo teor das cláusulas poderá ditar o rumo de uma fiscalização.
É importante, por fim, que os fluxos sejam bem definidos e a equipe toda treinada pois às vezes o óbvio não é observado: não é raro encontrarmos documentos legais bem elaborados mas sem a assinatura das partes!
Nesse sentido, é de suma importância que a empresa tenha profissionais adequados e instruídos para proceder à análise de crédito e risco para subsidiar a negociação de contratos e clientes, bem como para auxiliá-la na montagem dos processos internos da empresa.
Adotando esses passos, haverá menos problemas na captação de bons clientes e, consequentemente, será mais fácil e seguro identificar possíveis causas de inadimplência.
Esperamos você tenha esclarecido suas principais dúvidas a respeito deste assunto e por isso separamos outros textos que talvez possam lhe interessar:
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